Uma noite serena, porém sombria, o céu está escuro, o chão gelado, a neve já não cai, mas ainda consigo senti os flocos de neve em meu casaco, minha última memória é que eu estava chorando e um vulto branco passou por mim...
-Senhorita Lany, consegue me ouvi? -Uma voz grossa, porém calma chama pelo meu nome, meu corpo parece está inclinado, devo está deitada. -Senhoria? -Começo a abrir meus olhos.
-Onde estou? - Tento levantar meu corpo, mas não tenho forças.
-Calma senhorita Lany, continue deitada. A senhorita está no hospital, sofreu um acidente.
-Um acidente? não lembro de nada... -Minha cabeça começou a doer e ao colocar a mão sobre ela, senti uma faixa à envolvendo. -O que houve?
-Calma, você estava atravessando a avenida e um carro a atropelou, o motorista tentou freia, mas a neve da pista o atrapalhou. A senhorita sofreu uma forte pancada na cabeça, talvez tenha perdido algumas memórias, ainda precisamos de mais exames e ... - Ele continuou falando, porém não dei atenção, simplesmente fechei os olhos e dormi.
Um mês depois daquele terrível acidente eu já estava completamente recuperada, exceto por uma coisa, eu não conseguia me lembrar de maneira alguma o motivo de está naquela rua, naquele local, aquela hora da noite... Perguntei para várias pessoas, amigos, familiares, vizinhos, mas ninguém soube me responder. Um dia estava na livraria e um rapaz alto e moreno veio até mim...
-Lany? É você mesmo?
-Desculpe, nos conhecemos de algum lugar?
-Não lembrar de mim Lany? Martin seu... - Ele parou de falar. Vi que estava focando o olhar para a cicatriz em minha testa. -Que cicatriz é essa?
-Ah, essa cicatriz? -Coloquei a mão sobre ela. -Bem... Isso foi alguns pontos que os médicos deram depois que eu sofri um acidente, a um mês atrás, mas senhor, como me conhece? Estudamos na mesma faculdade? -Ele me olhou assustado e pareceu aterrorizado quando falei do acidente.
-Perdão... Você se lembrar que dia foi esse acidente?
- 18 de agosto, próximo a avenida principal. Por favor me responda de onde nós conhecemos? Como sabe meu nome? por que veio até aqui?
-Você não lembrar... Você estava comigo naquele noite, estávamos juntos, porém... Não foi uma noite muito agradável... Foi a noite em que... -Ele escondeu o rosto. -É melhor você não se lembrar, foi um prazer revelar. -Ele saiu apressado da livraria, corri atrás dele.
-Senhor Martin, senhor Martin, por favor me diga o que eu estava fazendo em sua casa naquela noite, senhor Martin... -Agarrei o braço dele e ao olhar no fundo de seus olhos, lembrei a razão do meu choro... -Nós namorávamos, mas você só queria saber de meu corpo, nunca olhou para minha alma e quando recusei que me tocasse, você me bateu, por isso sair chorando naquela noite...-Respirei fundo e senti um medo enorme dentro de mim. -Você nunca mais ouse chegar perto de mim. -Minha voz soou trêmula, soltei o braço dele e lagrimas caíram de meu rosto.
-Lany?
-Não ouse pronunciar meu nome... Nunca mais apareça em minha vida, eu não devia ter recuperado as memórias daquela noite... -Falei com firmeza e me afastei.
-Luana Alcântara