Tudo mudou naquele dia...
Era uma caminhada normal,
como todas as tarde eu ia para o parque caminhar um pouco e admirar a paisagem
do lago, mas naquele dia, eu conheci uma pessoa, uma pessoa que eu deduzir como
especial, única e diferente... Mas, tudo mudou no dia da chuva.
Ela era alegre, animada, divertida, tinha um
sorriso encantador e o olhar de Capitu, eu ficava encantado com suas palavras,
com suas explicações, seus textão nas redes sociais eram perfeitos, eu os
amava. Eu a amava. Porém, a vida me ensinou que não existe pessoas perfeitas,
mundo perfeito ou amor perfeito, sempre haverá imperfeições e essas, são as que
magoam, porque o ser humano não compreende que o imperfeito é a obra de arte
mais bela de todas. Contudo, a não compreensão dessa imperfeição traz a dor no
coração.
O dia amanheceu com um grande dilúvio, pensei
que o mundo fosse se acabar, o barulho da chuva era tão forte que parecia que o
próprio oceano estava batendo em minha porta, realmente, alguém estava batendo
na minha porta, mas, não era o oceano, uma sereia? Oh, é ela, a garota do
parque. Abrir a porta e pedi para que entrasse, estava encharcada, corri para
pegar uma toalha e coloquei em seus ombros, preparei um chá quente e lhe dei
uma xícara cheia.
-Obrigada por me socorrer,
desculpe pelo incomodo. –Ela me disse sorrindo.
-Não é incomodo nenhum,
sempre que precisar estarei aqui para o que você quiser. Por que saiu debaixo
dessa chuva tão forte? E... –como ela sabe onde eu moro? – como encontrou minha
casa?-perguntei um pouco surpreso, mas por dentro eu fiquei feliz em saber que
ela conhecia um pouco mais sobre mim.
-Ah, peço desculpas por
isso, um dia depois que você foi embora do parque fiquei lhe observando e vi
que morava próximo, acabei decorando a casa. Eu moro sozinha, fiquei com medo
da chuva e você era o único a quem eu poderia pedir... –Ela se aproximou de
mim, colocou as mãos por debaixo de meus braços e se aconchegou em meu peito. –
Um aconchego, será que posso chamar assim? –Ela levantou o rosto e mirou os
meus olhos, como eu poderia resistir aos olhos de cigana dissimulada, tomei-a
em meus braços e a beijei.
Quando acordei, estava deitado em minha cama
e a chuva já havia passado, era sábado, quase dez horas da manhã, olhei para o
lado e percebi que havia um bilhete em meu travesseiro, estava escrito “foi
ótimo desfrutar de seu amor”, então, lembrei de tudo, da tarde de chuva, da
garota do parque, do beijo e da noite juntos... Foi incrível, contudo, como eu
disse no inicio do texto, nada é perfeito e são as imperfeições que destroem o
ser humano. Eu queria aquela garota só para mim, queria ser dela e fazer dela minha,
mas... Ela era somente o que eu queria ver.
De tarde choveu muito e não fui caminhar no
parque, mas fiquei observando da janela e percebi que a garota estava lá, mas
não sozinha, tinha um rapaz ao seu lado, ele pegou na mão dela e os dois saíram
juntos com um guarda-chuvas, bem próximos. Nesse instante compreendi o bilhete “Foi
ótimo desfrutar de seu amor”. A palavra “desfrutar” é diferente de “cativar”,
sentir uma dor em meu coração e lembrei das primeiras palavras que a minha
amada me disse:
-Olá, posso me sentar ao seu
lado moça? –Eu lhe perguntei muito educadamente.
-Claro moço! Gosto de ter
uma companhia.
-Você sempre é linda dessa
forma ou só estar sendo gentil com esse podre rapaz? –rir e depois sorrir para
ela, a mesma, me olhou, sorriu e mirou bem meus olhos dizendo:
-Serei o que você quer ver. –Ela
sorriu e voltou o olhar para o lago.
Então, realmente, ela foi tudo o que eu queria
ver, toda a perfeição que eu desejava ter, tudo o que eu mais precisava, um
amor, um verdadeiro amor. Contudo, como ela mesma disse, foi só um desfrutamento,
passageiro e temporário. Como aquele lago, não posso tê-lo como meu, só por
breves momentos, pequenos instantes que criam uma ilusão de que aquele lago é
meu, mas no fundo, sei que só estou desfrutando de poder olhá-lo, da mesma
forma que aquela doce garota desfrutou de meu amor. As pessoas são o que
queremos ver, elas nunca serão realmente, verdadeiramente, completamente elas
mesmas. -Luana Alcântara