Postagens

domingo, 23 de junho de 2019

Serei o que você quer ver

Tudo mudou naquele dia...
Era uma caminhada normal, como todas as tarde eu ia para o parque caminhar um pouco e admirar a paisagem do lago, mas naquele dia, eu conheci uma pessoa, uma pessoa que eu deduzir como especial, única e diferente... Mas, tudo mudou no dia da chuva.
 Ela era alegre, animada, divertida, tinha um sorriso encantador e o olhar de Capitu, eu ficava encantado com suas palavras, com suas explicações, seus textão nas redes sociais eram perfeitos, eu os amava. Eu a amava. Porém, a vida me ensinou que não existe pessoas perfeitas, mundo perfeito ou amor perfeito, sempre haverá imperfeições e essas, são as que magoam, porque o ser humano não compreende que o imperfeito é a obra de arte mais bela de todas. Contudo, a não compreensão dessa imperfeição traz a dor no coração.
 O dia amanheceu com um grande dilúvio, pensei que o mundo fosse se acabar, o barulho da chuva era tão forte que parecia que o próprio oceano estava batendo em minha porta, realmente, alguém estava batendo na minha porta, mas, não era o oceano, uma sereia? Oh, é ela, a garota do parque. Abrir a porta e pedi para que entrasse, estava encharcada, corri para pegar uma toalha e coloquei em seus ombros, preparei um chá quente e lhe dei uma xícara cheia.
-Obrigada por me socorrer, desculpe pelo incomodo. –Ela me disse sorrindo.
-Não é incomodo nenhum, sempre que precisar estarei aqui para o que você quiser. Por que saiu debaixo dessa chuva tão forte? E... –como ela sabe onde eu moro? – como encontrou minha casa?-perguntei um pouco surpreso, mas por dentro eu fiquei feliz em saber que ela conhecia um pouco mais sobre mim.
-Ah, peço desculpas por isso, um dia depois que você foi embora do parque fiquei lhe observando e vi que morava próximo, acabei decorando a casa. Eu moro sozinha, fiquei com medo da chuva e você era o único a quem eu poderia pedir... –Ela se aproximou de mim, colocou as mãos por debaixo de meus braços e se aconchegou em meu peito. – Um aconchego, será que posso chamar assim? –Ela levantou o rosto e mirou os meus olhos, como eu poderia resistir aos olhos de cigana dissimulada, tomei-a em meus braços e a beijei.
  Quando acordei, estava deitado em minha cama e a chuva já havia passado, era sábado, quase dez horas da manhã, olhei para o lado e percebi que havia um bilhete em meu travesseiro, estava escrito “foi ótimo desfrutar de seu amor”, então, lembrei de tudo, da tarde de chuva, da garota do parque, do beijo e da noite juntos... Foi incrível, contudo, como eu disse no inicio do texto, nada é perfeito e são as imperfeições que destroem o ser humano. Eu queria aquela garota só para mim, queria ser dela e fazer dela minha, mas... Ela era somente o que eu queria ver.
  De tarde choveu muito e não fui caminhar no parque, mas fiquei observando da janela e percebi que a garota estava lá, mas não sozinha, tinha um rapaz ao seu lado, ele pegou na mão dela e os dois saíram juntos com um guarda-chuvas, bem próximos. Nesse instante compreendi o bilhete “Foi ótimo desfrutar de seu amor”. A palavra “desfrutar” é diferente de “cativar”, sentir uma dor em meu coração e lembrei das primeiras palavras que a minha amada me disse:
-Olá, posso me sentar ao seu lado moça? –Eu lhe perguntei muito educadamente.
-Claro moço! Gosto de ter uma companhia.
-Você sempre é linda dessa forma ou só estar sendo gentil com esse podre rapaz? –rir e depois sorrir para ela, a mesma, me olhou, sorriu e mirou bem meus olhos dizendo:
-Serei o que você quer ver. –Ela sorriu e voltou o olhar para o lago.
 Então, realmente, ela foi tudo o que eu queria ver, toda a perfeição que eu desejava ter, tudo o que eu mais precisava, um amor, um verdadeiro amor. Contudo, como ela mesma disse, foi só um desfrutamento, passageiro e temporário. Como aquele lago, não posso tê-lo como meu, só por breves momentos, pequenos instantes que criam uma ilusão de que aquele lago é meu, mas no fundo, sei que só estou desfrutando de poder olhá-lo, da mesma forma que aquela doce garota desfrutou de meu amor. As pessoas são o que queremos ver, elas nunca serão realmente, verdadeiramente, completamente elas mesmas. 

-Luana Alcântara 

sábado, 22 de junho de 2019

Lábios deletáveis

 Nas conversas encontrei conforto
 Nos abraços encontrei fortaleza
 Nos sorrisos encontrei alegria
 No olhar sabedoria.

O perfume que me atraiu
As mãos que me esquentaram
O beijo o qual me consumiu
Nossos corações se amaram.

O primeiro encontro, nunca irei compreender
Os seus lábios deleitáveis
Suas mãos em meu pescoço afável
Sentimentos confusos que não consigo esquecer.

O que irei fazer?
Sem seu sorriso para me guiar
Sem suas mãos para me apoiar
Sem seu abraço para me fortalecer.

Sei que não devo me apaixonar
A primeira regra não quero quebrar
Mas é difícil não querer desfrutar
Da mister que quer me dominar.

-Luana Alcântara