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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Mulher de M maiúsculo

   Em 1500 Eu era índia, mulher nua e inocente, respeitada e amada. Porém quando os portugueses chegaram, deixei de ser amada com amor e respeitada com carinho, passei a ser paisagem, pois os olhares europeus eram voltados para mim.  Um homem chamado Pedro Vaz de Caminha fez uma carta para o rei de Portugal onde fala das índias que aqui habitavam.
  "(...) Ali andavam entre eles três ou quatro moças bem novinhas e gentis, com cabelo mui pretos e compridos pelas costas e suas VERGONHAS tão altas e tão SARADINHAS e tão limpas das cabeleiras que de as nós muito BEM OLHARMOS não tínhamos nenhuma vergonha."  -Carta de Caminhas.
  No século XVI Eu fui Mulher bela e ao mesmo tempo feia, fui idealizada e ao mesmo tempo rebaixada, eu subir aos céus e desci ao mar, em um verso eu era luz no outro eu era a escuridão da noite. Até mesmo na arquitetura mostravam minhas curvas que eram chamadas de “Defeitos”, e assim fui levando essas fases de ser uma mulher amada pelas qualidades e odiada pelos defeitos, fui inspiração em bom e mau sentindo para os textos poéticos, mas sempre estiver lá.
  Muitos anos se passaram e atualmente sou Mulher, Mulher com M maiúsculo, Mulher de garrar, Mulher de luta, Mulher de vida, Mulher de batalha... Pois, no século XXI o homem pode ser quem for, mas se sou Mulher não permitirei ser submetida, não permitirei ser humilhada; machucada; agredida; prejudicada. Os anos se passaram e as coisas mudaram! As mulheres atualmente têm direitos, não todas, mas a maioria. Ainda temos muitas lutas pela frente, muitas batalhas a enfrentar, o mundo ainda é muito machista e este machismo precisamos quebrar. Sou Menina, sou Moça, sou Senhora, sou Senhorita, Sou MULHER. Não sou “gatinha”, “gostosinha”, “delicinha do papai”... Sou Mulher de M maiúsculo mereço respeito e se você não o fornece-me, eu lutarei por ele, pois, sou Mulher. 
-Luana Alcântara

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