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quarta-feira, 24 de maio de 2023

No seu ritmo

Tempo...pulsa, bate, pulsa, bate, volta. 

Sinta, sinta, sinta... Sentiu? 

Agora: grite, grite, grite, seja uma REVOLTA. 


Não pare, não pare, não deixe ninguém lhe parar. 

Respire fundo, vá fundo, permita se curar. 

Caminhe, pare, ande, pare, corra, pare... faça durar. 


O ritmo aumenta, porque você deixar aumentar.

O ritmo flui como tempestade, porque você não consegue estagnar.

O ritmo não te controla, você o controla! então, não seja rudimentar. 


Vamos do início... 

Respire, caminhe, olhe, escute... ouviu? 

É a vida falando, te chamando, não deixe ser um resquício. 


Viva, pois só há uma vida!

-Luana Alcântara 








terça-feira, 17 de janeiro de 2023

A pianista

 A música é um rio e nunca se entra duas vezes no mesmo rio, assim é a música. Ela encanta a cada batida, não importa quantas vezes você repita a mesma canção, ela sempre irá lhe tocar de um jeito novo, distinto, mágico e melancólico. Encontrei minha música aos 8 anos, estava passeando no shopping com meu pai e escutei um som distinto de qualquer outro que havia escutado naqueles meus 8 anos de vida, era Beethoven, mas eu ainda não sabia. Havia um restaurante chamado Lergutt Fort e no centro dele, tinha um piano e nesse dia tocava uma pianista, uma mulher, linda, elegante e que parecia hipnotizar a todos naquele restaurante com o dedilhar de seus dedos naquele instrumento. 

Eu fiquei fascinada, paralisada olhando para aquele espetáculo, aquela música, aquele instrumento, tudo me encantava. Olhei para meu pai e disse: 

-Quero ser igual aquela moça. 

-Bonita? -Ele disse sorrindo para mim, sabia que estava brincando e que havia entendido minha frase. 

-Eu já sou bonita, você diz isso todos os dias. Estou falando da música, quero tocar igual essa moça. 

 Apesar de não ter muitas condições financeiras, meus pais conseguiram paga algumas aulas de piano próximo ao bairro onde morávamos e eu, claro, me esforcei ao máximo para aprender o mais rápido possível. Contudo, o piano não sedia, não deixava eu domina-lo, era como um cavalo selvagem. O professor Renato sempre dizia: "você precisa sentir a música, é como uma dança, você precisa deixar ser levada". Com o tempo comecei a interpretar o piano não como um cavalo selvagem, mas como um rio em que eu precisava mergulhar aos poucos, do raso ao fundo. 

Aos 15 anos, Merlina Wanda de Oscari ganhou o show de talentos da cidade, o qual aconteceu no teatro municipal, tocando "Sparkle" de Radwimps, a qual escutou pela primeira vez através do filme "Your Name". Encantou a todos com seu talento e recebeu como prêmio 1 ano inteiro, com tudo pago, na escola de Música Julliard, na cidade de Nova York, EUA. Todavia, devido sua idade, não pode viajar sozinha e perdeu a oportunidade de estudar em uma das melhores escolas de música do Mundo.

Aos 20 anos, iniciou a faculdade de música em Salvador, considerado pela Unesco como cidade da música. Trabalhou muito após terminar o ensino médio, passou 2 anos vendendo doces e salgados na praça central da cidade a fim de consegui viajar para Salvador e cursar Música. Todavia, seu sonho de ser uma grande pianista, conhecida mundialmente, teve que esperar um pouco, porque aos 25 anos descobriu que estava com um problema auditivo e que poderia ficar completamente surda em poucos anos. Veja só, uma das grandes admiradoras de Beethoven teria o mesmo fim que seu ídolo... Mas Merlina não desistiu de seu sonho e fez vários concertos em diversos estados do Brasil, entre eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Pernambuco e teve a oportunidade de viajar para a Argentina um pouco antes de seus 27 anos, fez um concerto em Buenos Aires. 

Aos 30 anos, Merlina já era conhecida nacionalmente por seu talento e todos já sabiam de sua futura surdez, muitos médicos estavam investigando formas de evitar aquele terrível acontecimento, mas a cada ano que passava, não importava que tratamentos fizesse a surdez só piorava e aos 35 anos, ficou completamente surda. Entretanto, antes de perde completamente a audição realizou um concerto em sua cidade natal, no teatro municipal. 

-Queridos amigos, familiares e admiradores, hoje eu não estaria aqui se não fosse por vocês, pelo apoio de meus pais, de meus professores e de cada fã, hoje sou a pianista mais famosa de todo o Brasil, mas, infelizmente, assim como meu grande ídolo, estou ficando surda. Contudo, quero que saibam que não pararei de compor porque já mergulhei tantas vezes no rio desse piano que nem mesmo a surdez vai me parar, a música é minha vida, minha alma e tudo para mim. Hoje, nesta noite, espero que todos possam sentir o que sinto quando mergulho e afundo profundamente nesse rio que chamo de amante. 

Naquela noite tocou um nova composição, uma música que estava em seu coração a muito tempo, mas nunca tinha terminado. Chamou de "Rio persistente". Merlina Wanda de Oscari tocou até os seus 65 anos e morreu aos 67 anos, dedicou toda sua vida a música e apesar de não ter deixado herdeiros, seus pais estavam muito felizes pela filha, por suas conquistas e os sonhos que realizou. Em sua cidade natal foi construído uma escola de música e a nomearam "O rio de Merlina", em homenagem a pianista. 

-Luana Alcântara 


 




sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Uma morte qualquer - Zuleide Lima

 Este livro é uma mistura de "quem tá falando a verdade?" e "o que é e o que não é real?". Eu fiquei realmente confusa com a leitura, mas você vai entender tudo nesta resenha. 

Tudo começou quando Eric "comprou" um livro bem estranho em uma livraria. Mas, eu nem apresentei o personagem, Eric é um cara divorciado que vive com seu cachorro Boris, por que ele está divorciado? você deve está se perguntando. Bem, ele passou quatro anos casado com uma mulher chamada Melissa, porém, assim como várias mulheres no mundo, não todas, é importante frisar isso, Melissa queria ser mãe, mas Eric não podia conceder esse desejo. Que termino difícil, não é mesmo? Voltando ao livro, a vida de Eric era monótona, sempre a mesma coisa, trabalhar, passear com o cachorro, o qual foi presente de sua ex-esposa, e, às vezes, na sexta-feira à noite ia beber com os amigos do trabalho, apesar de não gostar muito porque eles só falam de futebol e mulheres. Todavia, tudo mudou quando ele "comprou" um livro o qual o título é "uma morte qualquer" e atropelou uma mulher chamada Dulce. 

Então, a partir deste ponto a história fica cada vez melhor, ele ajuda a Dulce, que graças a Deus só sofreu alguns arranhões no atropelamento, e eles começam a se conhecer, têm alguns encontros, desencontros, mas Eric não sabe nada da vida desta mulher e ele nunca apresentou ela a ninguém, então será que ela existe? Cheguei a me pergunta isso durante o decorrer da leitura, porém você vai percebe que além de Dulce ser muito real, o amor de Eric por ela se tornou algo "quase" sobrenatural. Dulce esconde um segredo, o qual Eric ainda não tem conhecimento, mas quando ele tiver... Bem, é melhor não conta, assim você pode ler o livro e descobrir. 

O livro é incrível e mexe muito com a cabeça do leitor, com a minha mexeu bastante. Agora, tenha muito cuidado, pois você pode se enganar a cada capítulo, analise bem os personagens porque nesta história o "vilão" soube se disfarçar muito bem. E novamente, como sempre, os escritores nacionais são os melhores, valorizem os autores brasileiros. 

-Luana Alcântara

                                                        Escritora: Zuleide Lima 

                                                      Instagram: @zuleide_lima_



quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Marcados - Zuleide Lima

 Quando você pega um livro, o julga pela capa? Bem, na capa deste livro tem escrito a seguinte frase: "O      que você faria se soubesse o dia da sua morte?", com certeza chamou sua atenção, pois a minha chamou. Zuleide é uma autora nacional e independente, logo, prestigiar um autor nacional, por meio de uma resenha, é uma honra.  

Marcados é uma história cheia de sentimentos, a cada capítulo uma novidade, uma emoção, uma loucura, uma quase morte, pense num livro para deixar seu coração louco, sem saber se pula pela garganta ou se se mantem quetinho para não se tornar um marcado. 

Alice Mariz é uma garota jovem que está no inicio da universidade, mora sozinha com o irmão mais velho, Júnior, e não pensa em ter relacionamentos, porém como em todo conto de fadas, sempre aparece um príncipe encantado, mas esse, veio cheio de defeitos. Sim, Leonardo Zotarelli, ou mais conhecido como Léo, é o galã da universidade, o garoto que todas querem ter e, talvez, até todos, quem sabe. Enfim, mas ninguém é perfeito e nosso príncipe também não é, vive bebendo muito, fumando, saindo com várias pessoas e essas, nem sempre são boas, porém Léo acredita em ANJOS e, Alice, foi um anjo na vida dele. Contudo, se a amizade desses dois foi difícil, mas ainda será o amor que ambos estão sempre tentando construir. 

A história é incrível, como já comentei, há momentos que seu coração quer pular para fora e em outros, ele prefere fica quetinho e esperar. Existem cenas que me deixaram com muita raiva, já outras me fizeram chorar, não sei o que eu faria se fosse uma marcada... sabe a idade com que você vai morrer pode tornar sua vida um inferno ou uma aventura radical, tudo depende de você. Porém, este livro vai muito além disso, fala sobre aproveitar cada segundo, principalmente com as pessoas que amamos, não desistir facilmente e não deixar nada para o amanhã, viver o aqui e o agora. 

Por fim, o que mais me causou reflexão é a facilidade do perdão entre os personagens. O Pai de Alice (Vicente Prates Mariz) é um marcado e faz parte do conselho, porém cometeu muitos erros ao longo de seu casamento e escondeu várias verdades, as quais causaram muitas dores e dificuldades por terem sido escondidas. Assim como a mãe(Sara Martinez) de Léo, a qual também escondeu muitas verdades e essas, causarão muitas dores e sofrimento, ambos os personagens foram perdoados por seus filhos, e isso, me chamou muita atenção. O perdão, é um dos sentimentos mais difíceis de conceder a alguém, eu não sei se perdoaria meu pai se estivesse no lugar da Alice. Todavia, viver com ranco, seria bem pior. 

Super recomendo a leitura e, continuarei proclamando esse mandamento: "Os autores nacionais e independentes, são os melhores". 

-Luana Alcântara



Eu e minhas divisões

 Insípido, venenoso, quebrado

três definições que caracterizam

o sofrido de meu coração 


Flor, deusa, amor 

três substantivos que caracterizam

meu eu exterior 


Audaciosa, inteligente, corajosa 

três adjetivos que definem 

meu eu interior 


Letras, junções, palavras 

permeiam, rodeiam, mergulham 

no meu ser, escrevem o meu viver. 


Eles, aqueles, vocês 

dizem o que eu sou ou devo ser 

ser forte, é o mandamento principal. 


Amar, última opção 

sobreviver, é uma obrigação 

viver, escolha difícil a se fazer


-Luana Alcântara

Pollyanna - o jogo do contente

 Se você está se perguntando "como ficar feliz ou alegre com tanta coisa ruim no mundo?", recomendo que leia este livro. 

Recebi a indicação desse livro por uma professora da universidade e até achei estranhando quando ela comentou na aula sobre esse tal "jogo do contente", mas depois de ler o livro, entendi o que ela estava tentando dizer. 

Pollyana Whittier é uma criança de 11 anos de idade que perdeu tanto mãe quanto o pai ainda na infância, porém ela sempre tenta viver a vida com muita alegria e amor, mesmo só tendo as senhoras da associação beneficente, as quais cuidam de Pollyanna após a morte de seu pai, o qual era pastor. Pollyanna sempre está jogando o jogo do contente, e este, rodeia todo o livro. O jogo do contente foi ensinado por seu pai, ambos não tinham muito dinheiro e vivam do pouco que conseguiam com a igreja, um dia Pollyanna queria muito que no meio das doações que a igreja recebia tivesse uma boneca, porém em vez uma boneca só tinham muletas e Pollyanna ficou muito triste e chorou bastante, mas seu pai mostrou a ela um motivo de ficar contente por ter recebidos as muletas, e qual foi? "Não precisar das muletas" e foi assim que tudo começou. 

Com a morte do pai, Pollyanna foi morar com sua tia, Polly Harrington, a qual a menina nem sabia da existência, a mãe de Pollyana, irmã da senhorita Polly, se casou com o pai da menina sem a permissão da família e esse foi um dos motivos para a família não gostar do pastor e perder contato com os Whittier. Todavia, como forma de honrar a memória da irmã, a senhora Polly aceita a menina em sua casa, porém o que a criança não sabia é que sua tia, por mais que pareça "gentil e amável" por aceitá-la, na cidade onde mora ela é uma mulher amarga, solitária e que não fica contente com case nada. 

Todavia, o que 'tia Polly' não sabe, e ainda, o que a cidade inteira não sabe, é que essa menina de cabelos loiros e sardas no rosto, irá mudar a vida de todos que vivem nessa pequena cidade e transformar o pensamento e a forma de viver à vida de adultos e crianças, e tudo isso somente com uma única coisa... O jogo do contente. E claro, com o lindo e doce sorriso de Pollyana. 

O livro é cheio de emoções, mistérios, drama e muita sabedoria envolvida em cada situação que se passa no livro. Recomendo a leitura, creio que todos no mundo procuram uma Pollyanna para suas vidas. 

-Luana Alcântara



terça-feira, 22 de setembro de 2020

As Lentes

 

É uma cidade com um clima difícil, há dias muito quentes ou dias muito frios, uma loucura. Contudo, hoje é um dia magnífico, o sol está se comportando bem, somente 28°C, e para Marga é um grande dia. Ela é escritora e desde seu último lançamento a editora de seu livro está sempre tentando fazê-la mudar um pouco a aparência, não que ela seja feia, mas você sabe como são as mídias, sempre buscando perfeição.

-Tenho somente 25 minutos para terminar toda essa maquiagem, onde está meu óculos novo? Sem ele, não enxergo bem. –Marga está falando com sua assistente de maquiagem, está nervosa para sua apresentação que será às 15h, ela se encontra em casa e deve sair às 14h30 para chegar a tempo no hotel Lucies Parts. –Lúcia!!!! –Ela grita.

-Já vou, já vou! Marga, seu óculos não ficou pronto, por favor, coloque suas lentes de contato, sempre lhe caem muito bem. –Disse Lúcia, sua assistente de maquiagem pessoal e também, sua grande amiga. Elas se conheceram no ensino médio, não é lindo? –Elas estão no banheiro, lembre-se de colocá-las depois que por a roupa de gala. Estou indo na frente.

-Lúcia!!! Ah, céus! Sempre me deixa nos momentos que mais preciso e ainda a chamo de melhor amiga. Mas, realmente, ela é uma amiga e tanto, me ajudou com toda essa maquiagem, estou linda, não estou? –Ela estava estupenda, cabelos cacheados na altura dos ombros, cor de chocolate, olhos castanho escuro, mas com as lentes irão ficar cor de mel, pele negra e as sobrancelhas perfeitamente moldadas. Aquela mulher era a mais nova celebridade na literatura brasileira.

Trim – trim – trim. Era o som do telefone residencial. Marga se levantou da penteadeira, praticamente todos já haviam ido embora. Então, ela correu até a sala, local o qual, eu ainda consigo ver, e atendeu o telefone.

-Marga Bravine, quem fala? –Essa voz, ah, que mulher incrível. –Sim, claro. Eu sei que devo chegar às 15h, fique tranquilo meu amor, dará tudo certo, sim, sim. Logo desço.

Provavelmente era Eduardo, seu namorado e futuro marido. Um dia, ele estava olhando para mim e disse “Marga, quer casar comigo? Será que assim está bom?”. Na hora, não entendi, mas depois... Ah, que casal perfeito. Ela correu para o guarda-roupa procurando o vestido, “no banheiro”, tentei gritar, mas ela não me ouviu. Correu até a sala e depois ao banheiro, encontrou o vestido, o pegou e colocou-o rapidamente, ajeitou os cachos que estavam magníficos, como uma acácia, apesar de só conseguir ver essa planta porque sempre estou próximo da janela, sei seu nome e como ela é.

-Vamos Marga, o discurso está na bolsa, batom vermelho, cachos perfeitos, salto alto, creio que não estou esquecendo nada. Estou estupenda, assim como a empresa gosta. Descendo, até mais tarde Marga. –Ela estava acenando para mim antes de ir. Como amo essa mulher! “Bom desempenho”, gritei.

À noite, escutei a porta bater forte e Marga entrou aos prantos, se jogou na cama e escutei seu choro, logo, atrás dela, veio Eduardo, ele estava dizendo várias palavras de amor, pedindo para ela se acalmar, mas ela só queria ficar sozinha. Então, ele se foi. “O que aconteceu? Marga, você está bem?” Gostaria que ela olhasse para mim. Nesse mesmo instante, ela se levantou, olhou-me, mas deu meia volta, foi ao banheiro e voltou em segundos com o estojo o qual estava às lentes e naquele instante eu entendi o que havia passado.

-Você é uma idiota Marga, uma idiota. –Ela estava se olhando, no caso, me olhando, apontando o dedo para mim. –Lúcia lhe avisou para não esquecer as lentes, sem elas... Não consegui ler bem o discurso, gaguejei e bem... As críticas, com certeza, serão negativas, “A escritora GAGA”. Já pensou Marga? Um desastre!!! Posso escrever mil histórias perfeitas, mas sempre vou continuar sendo ‘A esquecida do rolê’, ‘A desastrada’ e não sei quantos mais apelidos ruins.

Ela abaixou a cabeça e voltou a chorar, gostaria de ter braços para confortá-la, mas sou somente um espelho. Então, de repente, ela enxugou as lágrimas e olhou profundamente dentro de mim.

-Malditas lentes. –Disse com uma expressão de raiva, mas, em seguida, começou a rir, rir, rir e quando me dei conta, eu estava rindo também “malditas lentes”, isso Marga, “malditas lentes”.

Data: 22/09/2020   horário: 11:18  Recife-PE 

- Luana Alcântara