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quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Meu reflexo

 Um dia chuvoso, um dia de sol, uma tarde fria de outono... Eu nasci chorando, mas sem gritar. 
 Não sei explicar, mas posso dizer que não sou desse mundo. Como as pessoas conseguem usar máscaras? sorriem por fora e choram por dentro, e o pior, fazem isso com as pessoas que amam.   Meus amigos dizem que sou inteligente, gentil, linda, educada, esperta e um pouco, peculiar, no fundo, concordo com todos esses adjetivos, mas, no fundo, são pseudônimos adjetivados, exceto o último. Por quê? Há, eu não sou o que mostro ser, as pessoas veem meu reflexo, aquilo que elas querem que eu seja e não o que realmente há dentro do espelho. 
  Eu dou o meu melhor não por mim, pelos outros; pela minha família; pelo meu amor; pelo futuro que me aguarda; pela sociedade... Nunca por mim, porquê eu não sei o que eu realmente quero, não sei escolher por mim mesma, não sei sorrir verdadeiramente para mim e sabem o motivo? Eu sou o barro e o mundo é o escultou, sou moldado, formado, controlado, manipulado e não tenho escolha, liberdade? É uma ilusão. 
 Entretanto, esse barro aqui tem uma coisa que os outros barros não têm... Coragem, determinação, garra, raiva, ódio, dor e principalmente, esperança. Então, eu decidi quebrar as regras, não usei máscaras, não segui os padrões, não me escondi na madrugada, não deixei minhas lágrimas me consumirem e no fim... Virei pó. O pó, sim, orgulhoso, corajoso e vigoro pó. 
imagem: 
-Luana Alcântara
obs: Meu reflexo também pode ser o seu, mas tome cuidado, nem sempre a primeira imagem é a que vale. fica a dica. 

domingo, 16 de dezembro de 2018

Meu Pecado Sou Eu

Aquela noite foi desconforme as outras, não compreendi muito bem, mas havia algo, uma divergência entre nós, ela não queria só possuir minha alma, mas também, o meu corpo. Como eu deveria chamá-la? Aqueles olhos furtivos, aqueles lábios arrebatadores, a pele a envolver o meu corpo, quente, macia, densa e as mãos, essas eram mágicas, um toque era suficiente para me ter sobre seu controle. 
  Por Deus, que criatura divina poderia me causar tal sensação, tal deslumbre... O mais peculiar foi que ao acorda ela já não estava mais lá, porém eu conseguia sentir sua pele na minha, sua voz, via seus olhos devorarem os meus e sentia ela me puxar para um lugar, esse lugar, era a chave, sua fonte de energia. 
  Decidir seguir minha vida e fui para o trabalho. 
-Bom dia Senhor! O que vai querer hoje, café puro ou com leite? -Disse minha secretária, Latrina, esse era seu nome. 
-Com leite, por favor! -Todos os dias ela ia a minha mesa e perguntava a mesma coisa e a resposta sempre era a mesma, eu nunca a olhava, somente quando ela me entregava o café. 
-Aqui! - Eu levantava a cabeça e lá estava ela, com a roupa preta, os cabelos castanhos descendo lhe o pescoço como uma cachoeira, os olhos dissimulados cor de mel, a pele morena queimada do fim de semana na praia com os amigos do trabalho e se não fosse pela roupa, eu poderia ver a marca do biquíni, o nariz fino, tudo perfeito. Quando pego o café em sua mão, sinto aquela sensação... Aquilo que deseja ser possuído e deseja me possuir. 
-Obrigado Latrina, se eu precisar de mais alguma coisa, chamo-lhe. -Olho diretamente nos olhos dela e claro, aquele sorriso cheio de segundas intenções, malicioso e pronto para ser devorado. Não, não, eu não devia olhar assim para ela, mas... É impossível resistir, resistir ao cheiro de seu perfume, ao toque de sua pele e ao seu silencioso sorriso ao entregar-me o café e dar as costas. 
  A observo sair de minha sala e voltar a sua, a mesma sensação da noite passada, será que sou eu? por que Deus? Não quero, não devo, isso é errado, no entanto, me parece tão certo sucumbi ao Pecado, sim, o Pecado é assim que se chama, por dentro, podre e obscuro, por fora, vivo e cheio de ambição. Perdão Senhor, perdão por deleitar do pecado que sou e ainda achar que posso ser diferente.  

-Luana karoliny 


quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

O gênero do brinquedo

Deveria ser uma tarde tranquila, mas as crianças sempre estão brigando...

-Mãe!!! Ela está brincando com meu carrinho, isso é coisa de menino Maria.
-Maria, dê o carrinho ao seu irmão. -Disse a mãe.
-Não, ele pegou minha boneca e tirou a roupa dela, mamãe, Lucas não pode ver minha boneca nua.
-Lucas! -Grita a mãe.
As duas crianças começam a correr pela casa, Maria tentando pegar a boneca da mão de Lucas e ele, tentando pegar o carrinho. A mãe, sem paciência, pega os dois pelo braço e coloca-os na cadeirinha do castigo.
-Agora, Lucas você vai colocar a roupa da boneca e cuidar dela como se fosse a mamãe, com muito carinho, amor e proteção porque é assim que você deve tratar uma mulher e Maria você vai cuidar dos carrinhos de Lucas como se fossem seus carros de ir ao trabalho, vai cuidar dos brinquedos de engenharia como se fossem seu material de trabalho, entenderam? -Disse ela calmamente para cada um dos filhos.
-Sim!-Disseram os dois balançando a cabeça. Então, durante uma semana as crianças trocaram de lugar o garoto dormia no quarto rosa da irmã e Maria dormia no quarto azul do irmão, enquanto Lucas brincava de casinha, limpava e cozinhava para as bonecas as tratando com muito carinho e amor como sua mãe havia pedido, ele aprendeu duas coisas, 1) não é responsabilidade só da mulher de cuidar da casa um homem também deve ajudar. 2) Não é ruim ser responsável.
-Maria vem cá, por favor. -Gritou Lucas de seu atual quarto.
-O que foi? -Maria chegou em um instante com vários peças de construção.
-Como eu coloco a fralda na bebezinha letícia? -Ele estava em pé na frente do banquinho rosa com uma boneca bebê sem a fralda e com uma chupeta na boca.
-Primeiro, o nome dela é Carla, segundo, você deveria saber já que tem 6 aninhos.
-Você tem apenas 5 anos e ainda não sabe encaixar as pecinhas do prédio que está construindo. Venha me ajudar antes que ela pegue um resfriado, mamãe disse que eu deveria cuidar e proteger.
-Está bem, está bem, mas depois você me ajuda com o prédio. -Então, ela ajudou o irmão e depois ele a ajudou, e a mãe? Observava tudo de longe, percebendo a mudança do filho e a da filha, já passado uma semana, chamou os dois para conversar na sala de visitas.
-Maria o que você aprendeu nessa semana?
-Que uma menina também pode ser engenheira, pode ter um carro e pode ser esperta, conseguir construir o quebra cabeça de 100 peças que Lucas ainda nem tinha começado, também aprendi que não existe isso de menina é boneca e menino é carrinho, eu gosto dos dois.
-Muito bem Maria, agora, você Lucas o que aprendeu?
-Aprendi que é muito difícil trocar fralda de boneca, não pode tirar as roupas delas, é um deve cuidar das bonecas como se fossem realmente uma mulher, ter respeito, amor e protegê-las, assim como o papai faz com a mamãe quando lava a louça de pratos no final de semana. Certo mamãe?
-E? -Disse a mãe encarando o filho, ela estava esperando mais uma coisinha.
-E não existe isso de menino usa azul e menina usa rosa, menina brinca com boneca e menino com carrinho, podemos brincar com o que quisermos contato que sejamos responsáveis e tenhamos cuidado.
-Muito bem meu filho, estou orgulhosa de você e de sua irmã, venham cá. -Os dois pularam no colo dela e a abraçaram. -Vocês dois são crianças muito inteligentes e irão se tornar adultos maravilhosos, eu amo vocês. Lembrem-se sempre, brinquedo não tem gênero.

-Luana Alcântara
Imagem: https://camacarimulher.com.br/de-menino-ou-de-menina-brinquedo-nao-tem-genero/

sábado, 13 de outubro de 2018

Amor Intocável


Noite.
Dia.
Noite.
Dia... Essa é a rotina.
 Ela se sente tão sozinha,  rodeada de estrelas, mas nenhuma chega ao ponto de iluminá-la... Ele, tão quente, tão aconchegante, mas sempre distante. Um dia... Um único dia, ela e ele se encontraram, foi como esbarrar em um estranho, mas não houve desculpas, não houve palavras, somente um breve e sincero sorriso, ele a iluminou e ela acolheu a luz dele. Esse dia, eles chamaram de eclipse.
  Ela, coberta de buracos, crateras, rachaduras... Ele, pouquíssimos machucados, mas um grande vazio dentro de si, o sentimento é difícil de aceitar, crer e compreender, mas ele aos poucos a ilumina nas noites escuras, ela brilha, tão bela, cativante... Lunaria. Ele, na noite, se põe a dorme, mas sente que seus raios estão sendo abraçados e aos poucos, seu vazio é preenchido por uma noite que mesmo sendo fria, torna-se aconchegante, ao acordar está radiante, Solar. Não é fácil, amor a distância, sem poder se tocar, sem poder se beijar... Quem gostaria de viver assim? Será que realmente isso é amor? O que realmente importa: preencher a dor ou fazer com que essa, nunca mais volte?
  Lua... todas as estrelas te enganaram, te iludiram, te machucaram, lhe traíram... E com o tempo, seu brilho foi se perdendo e seu pequeno habitat tornou-se frio. Sol, oh Sol, sempre cheio de luz, sorrindo todos os dias independe do seu humor, animado, engraçado, você é a alegria de muitos terráqueos, mas nenhum deles preenche o seu vazio, a sua dor, somente ela, sua amada que mesmo longe, acolhe, alisa, guarda e beija cada raio que vem de ti...
  Amor é cuidar, é sentir as lágrimas do outro, é saber a diferença de um “eu te amo” para um “eu te amo”, amor é bem mais que um beijo, é bem mais que saber a comida preferida... Amar é... Indefinível.  Simplesmente é... Só se sabe amando, só se sabe tentando, sofrendo, chorando... Só saberá se viver. Não deixe o dia acabar sem dizer seus sentimentos, sem pedi perdão, não deixe o eclipse passar... O próximo vai demorar e talvez, nem venha, eclipses não gostam de colaborar.      Então... Não perca a sua única chance. O amor da sua vida pode está mais perto do que você imagina... Não deixei o momento passar, diga o que sente, um sorriso é belo, mas as palavras são mágicas, são mais poderosas que um beijo, um toque e só não são mais encantadas que um abraço, porque esse... É a palavra inalcançável.
-Luana Alcântara

quinta-feira, 19 de julho de 2018

O cortiço - Aluísio Azevedo

 Livro escrito na época do Realismo e Naturalismo, logo, o determinismo é um fator dominante nessa história.
 O cortiço começa com João Romão e Bertoleza, aquele querendo enriquecer a custa dos empregos e ela trabalhadora de domingo a domingo, só queria deixar a vida de escrava e estar com um homem "numa raça superior a sua", era amante de João. Este, dono do cortiço, da taverna e da pedreira, busca enriquecer a todo custo e quando aparece um rival, o Miranda, eles acirram uma disputa só por causa de um pequeno pedaço de terra para aumentar o quintal. Mas, não para por ai, quando Miranda receber o título de Barão, Romão percebe que não bastar só ostentar dinheiro, mas é necessário ter um título e agir como um burguês, a exemplo, ir ao teatro. Logo, sua sede por riqueza e classe social só aumentam.
 O livro já começa com a construção e o desenvolvimento do cortiço, há muitos personagens, dentre eles, Rita baiana e Jeronimo o Português, Rita estava junto do capoeira Firmo, já Jeronimo casado com Piedade e com uma filha começaram a morar no cortiço porque este, era um ótimo pedreiro e com um bom pagamento que João Romão lhe fez, a pedreira começou a dar mais lucro e a família se estabeleceu no cortiço. Todavia, quanto mais próximo de Rita Baiana, mais seus costumes e amor pela família mudavam, a mulata o deixou loucamente apaixonado com suas danças e a graça de seu corpo. Vale lembrar que as casas no cortiço eram bem simples e havia pessoas de todos os tipos, lavadeiras, trabalhadores, amas de leite e todos se respeitavam apesar das diferenças. Com o tempo o cortiço começou a ficar mais organizado, mesmo depois de certos perigos(não irei dizer o que aconteceu), passou a ser chamado de Vila de João Romão.
  Alguns personagens como Pombinha e João da Costa, seu namorado, são explorados em alguns capítulos, Pombinha ajuda muito o cortiço por ser a única a ler e escrever no lugar, ela sempre enviava cartas para as pessoas. Os personagens são fortes e a maioria muito espertos, o enrendo é enorme. O livro explorar tanto o psicológico, como também a questão do ser humano e o que determina seu eu, as influências das pessoas do cortiço, o futuro que espera, entre outras coisas presente nessa época tão determinista, a qual, o meio determinava o homem. É um livro com linguagem direta e simples, apesar de atualmente algumas palavras não serem mais utilizadas em nosso vocabulário, recomendo principalmente para quem for da área de humanas e linguagem, é um ótimo livro e tem um final... Tristemente extraordinário.
-Luana Alcântara

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Diga-me: Como devo amar?

Um jardim, uma terra, uma semente
cava, planta e rega
uma rosa nasce, coberta de espinhos
um homem, uma mão, um jardineiro
a dor encobre o amor, o sangue
encobre as lágrimas, e a flor?
Essa, ingenua e ingrata
não percebe e nem sente
os sentimentos do jardineiro
rosa incrédula, não sabe amar.
pobre homem, tanto amor
para uma única flor.
-Luana Alcântara
referências da imagem: https://www.recantodasletras.com.br/poesias/6043549

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Amor: Alma ou corpo?

"É muito fácil fazer o coração de alguém bater, o difícil é cuidar dos batimentos" -Luana Alcântara 


 Sol, nuvens, flores e um lugar perfeito para repousar na grama. Assim começou minha vida amorosa, primeiro o beijo e depois o eu te amo, mãos dadas e apresentação aos amigos... Porém, eu descobrir da pior forma que "nada dura para sempre". O "amor", virou despedida. 
  Meses depois, lá estava eu correndo pela chuva de mãos dadas com o amor da minha vida, sorrindo e cantando músicas românticas e a cada beijo um toque diferente, aos poucos todo o meu corpo já não era mistério para aquelas mãos, mas novamente, nada é para sempre... Assim fui vivendo e sobrevivendo, amando e chorando, namoros nem sempre dão certo, e casamentos? Bem, esse ainda não cheguei a ter, mas percebi uma coisa, ser bonita e atraente não é a melhor opção. 
 -O que seu namorado mais ama em você? -Perguntei a uma amiga. 
-Ele ama a forma como leio, sabe, o jeito que pego o livro, a forma como olho para as páginas e os sorrisos que dou quando algo me alegra na leitura. Bem, isso é o que ele diz. Por quê? 
-E seu corpo, ele não ama seus seios e a curvatura de sua cintura? 
-Amiga, eu não sou você. Meu corpo não é do tipo que agrada os garotos, não sou atraente. Meu namorado me ama pelas pequenas coisas, a alma e não o corpo. Você devia parar com isso de se apaixonar, você deve apenas ficar com o garoto, sabe, pra você é a melhor opção, ficar se machucando é pior. Se eles brincam com você, você também pode brincar com eles. 
   Depois daquela conversa, todos os meninos que entraram na minha vida foram só ficantes, amigos e companheiros de momentos, na cama eu comandava, orientava e conduzia os movimentos, nunca mais sofri. 
  Não sentia dor no coração, mas na alma... Algo estava faltando. Cada mês era um garoto diferente, um mais lindo e forte que o outro, cada um mais atraente, porém sempre depois dos momentos de prazer eu me sentia triste, sozinha, confusa e cada vez mais distante do mundo real. Eu vivia cada dia como se fosse uma aventura, um conto de fadas... Então, mergulhei em meu mundo.
    Me formei na faculdade, viajei para vários países, conheci museus, escritores e pintores conhecidos mundialmente e em momento algum, sentir vontade de ter alguém ao meu lado, todo aquele vazio preenchi com ocupações, com amor próprio, construir minha vida e de repente... Lá estava eu, no museu do Louvre, em Paris, apreciando uma das obras mais belas do mundo, La Gioconda de Leonardo Da Vinci. 
-Da Vinci foi um homem incrível, mas não conseguiu capitar a essência dessa mulher.  -Disse um homem que estava ao meu lado. 
-Perdão, fala comigo? 
-Falo sozinho o tempo todo, dizem que sou louco, que tenho problemas e preciso de alguém, por que as pessoas são assim? Podemos encontrar o amor em uma pequena pintura como essa. -Eu o olhei e percebi, ele era cego. 
-Perdão, mas como consegue ver a pintura? 
-Eu não vejo, eu desvendo. Há coisas que os olhos não podem compreender, só a alma é capaz de capitar tudo. Você sabe o que Vinci não conseguiu capitar na Mona Lisa? Eu lhe digo, a essência perfeita dessa mulher... 
-Mas, ela é perfeita! -O interrompi.
-Faltou algo muito importante... A essência que sinto em você, faltou nela. -Olhei para a pintura procurando a essência que eu tinha e ela não, mas não encontrei. 
-E o que seria? 
-A voz.! Um beijo, um toque, uma troca de olhares não chegam aos pés de um verdadeiro "eu te amo"-ele virou o rosto para mim e sorriu. Meu coração coberto de poeira e cheio de cicatrizes começou a bater lentamente e sentir que havia algo ali. Com 35 anos, uma carreira e uma vida basicamente "feita", um homem elogiou algo diferente em mim, não foi o corpo, o cabelo, os olhos ou a boca... Ele sentiu amor pela minha alma, pelo meu Eu interior que já não se mostrava vivo, mas com aquelas palavras, tudo renasceu dentro de mim. 

quarta-feira, 16 de maio de 2018

A nascente de meu amor

Procuro novas formas,
maneiras, modos de amar
Já não quero chorar.

Meu coração, o pobre.
cicatrizes, minha dor encobre
de um amor, não, de uma paixão.

Dizem que amor não dói,
talvez, o Eros seja esse amor.

Não amo seu sorriso,
amo seus carnudos lábios.
Não amo seu cabelo,
amo a forma dos seus cachos.

Você me abraçou intensamente
beijei seu pescoço como se
mergulhar-se em uma nascente.

Fui contornando o rio de sua pele
até encontrar o ápice do êxtase.
Deixe fluir, deixei ser levada
mergulhei na foz de sua morada.

Deixe-me desvendar esse lugar
preciso mergulhar, me apaixonar
seu amor Eros quero desfrutar.

-Luana Alcântara

sábado, 31 de março de 2018

Diva - José de Alencar

Mais uma resenha para vocês!

 Diva, O romance da época de 1864 escrito por José de Alencar, o nosso grande escritor brasileiro.
 Eu sempre tiver uma curiosidade muito grande por esse livro por causa do título "diva", a palavra em si significa uma dividade feminina, uma deusa com ares de superioridade e beleza exótica e realmente, a personagem Emília remete todos esses aspectos. O doutor Augusto Amaral, faz amizade com um desconhecido em um navio, esse é Paulo(narrador do romance Lucíola, do mesmo escritor), tornam-se amigos, Amaral estava a caminho da Europa, envia várias cartas para aquele, quando volta para o Rio de janeiro, passa muito tempo sem dar noticias para Paulo e quando essas chegam, são várias cartas, praticamente um livro.
  Emília ainda em sua adolescência fica muito doente, por ser muito mimada e autoritária, a maioria dos médicos não conseguiu cuidar dela, então Amaral é chamado, por ser sua primeira paciente ele insistir bastante em seus cuidados, mesmo ela não querendo. Depois de alguns meses, ele finalmente consegue curá-la e uma curiosidade é que, ele não pede nenhum pagamento a família, porém ganha muita fama, pois Emília era filha de um dos homens mais ricos da sociedade do Rio de janeiro. O Dr. Amaral viaja novamente e quando volta já se passaram dois anos, Emília já estar crescida e se tornou uma mulher venerada e adora por muitos nas festas realizadas no salão da casa de sua tia, mas com o Dr. ela é outra pessoa, ríspida, exigente, o tipo de mulher que se faz de difícil e ainda humilha o rapaz, essa era a verdadeira Emília.
    Nesse sentido, a trama é Amaral tentando de todas as formas entender o motivo de Emília o tratar tão mal, o odiar tanto, ele a amava, mas ela recusa sua amizade e seu amor, o humilhando e lhe fazendo sofrer. Boa parte do romance são cenas entre os dois dialogando e você percebe nitidamente como Emília despreza os sentimentos dele. Porém, esse, não desisti fácil e ao poucos consegue a amizade da jovem donzela, mas nem tudo é como imaginamos e José de Alencar sempre surpreende seus leitores.
  O título é peculiar, mas tem muito sentido, visto que Emília mesmo sendo muito jovem era a Deusa, a divindade, a diva que todos os homens queriam desfrutar, não só por sua beleza, mas também pela questão da riqueza que ela possuía. Essa questão de dinheiro, José de Alencar destaca no romance "Senhora". Gostei muito do enredo, da forma que é escrito e o decorrer da história prende o leitor, eu fiquei muito curiosa para saber se Amaral conseguiria fazer o coração de Emília ceder ao amor, visto que a personagem sempre se mostrou muito fechada a qualquer sentimento vindo do médico.
-Luana Karoliny


   

terça-feira, 20 de março de 2018

O meu melhor amigo é Gay

Desculpem a demora, mas finalmente temos resenha.
 Esse livro é do escritor Recifense Dielson Vilela, grande amigo e companheiro de escrita, um escritor maravilhoso e ler seu livro me emocionou bastante.
  O livro é narrado pelo personagem principal Carlos, que cria um blog com o nome "Meu melhor amigo é gay" quando descobre, o que está na frase kkkk, mas não só por isso, o objetivo principal do blog é desabafar as dores e os acontecimentos difíceis que ele estava passando. Todos rejeitaram o Márcio, o melhor amigo do Carlos e ele sumiu por um longo tempo, foi humilhado por seus amigos e pela família, principalmente pelo pai. Qual o problema dessa sociedade? Vou ser bem clara aqui, eu sou hetera, mas respeito totalmente os LGBTs e super amei o livro.
  A história já começa com um acontecimento terrível e só de lembrar eu me sinto muito triste e até chorei bastante nessa parte do livro, Carlos está na praça treze de maio que fica na cidade do Recife, sim, a história se passa em Recife, então, quem não mora aqui vai amar ler, pois ira conhecer um pouco da cidade. Nesse local, ele ver um mendigo sendo morto por três rapazes e eles falam palavras horríveis para o cidadão, dizem que ele merece morrer só pelo fato de "existir", foi uma cena muito forte e triste. Depois de presenciar todo acontecimento, Carlos começa a ver a vida de outra forma e percebe que ter recusado seu melhor amigo só pelo fato dele ser Gay não foi nada legal, então como ele gosta muito de escrever, decide criar o blog.
   Dizem que resenhas às vezes estragam com a curiosidade do leitor, mas vou lhe dizer que, minha resenha vai fazer você ler e reler o livro, eu até citei ele em uma redação, o livro não trata só de Márcio que é o homossexual da história, mas da sociedade que não respeita essas pessoas "diferentes", porém o que defini alguém é o caráter e não sua opção sexual. Portanto, o livro me fez refletir muito sobre ver duas lésbicas na rua e ficar olhando, pra que olhar? elas se amam como todo casal. A história é bem pesada, Carlos e Márcio passam por muitas dificuldades juntos, muitos desafios e lutas e são ameaçados por Guilherme um de seus "amigos" que é muito preconceituoso. O final do livro é um pouco triste, e confesso, chorei muito, mas, não perde a essência e a beleza da história, do assunto e principalmente, a reflexão sobre o tema. É impossível você ler esse livro e não refletir sobre suas atitudes e sobre a vida das outras pessoas. Espero que tenha gostado da resenha, não vou detalhar muito pois, vocês precisam de curiosidade(risos).
facebook do escritor:  https://www.facebook.com/dielson.vilela
-Luana Alcântara



terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Apaixonada pelo Garoto Nerd

Resenha? SIM!
Acho que se você ler muito na wattpad, com certeza acompanhou os capítulos desse maravilhoso romance. Sim, a autora começou sua fama na Wattpad.
 A estória é narrada pela personagem Audrey Blackwell, uma garota em pleno ensino médio tentando entrar no quadro de "pessoas populares" da escola, porém não é fácil conseguir entrar no grupo de lideres de torcidas e se destacar para chamar a atenção de Tyler Sparks o garoto mais popular da escola e com certeza, pelo jeito que a personagem fala, o melhor jogador do time. Porém, Tyler tem uma namorada e ela é  A LÍDER das líderes de torcida, Olívia. Calma, Audrey não estar sozinha, ela tem sua melhor amiga Aimée e essas duas juntas, você não pode ficar sem rir. O livro tem alguns clichês interessantes e outros bem na cara, como por exemplo, jogar a melhor amiga para ficar com o melhor amigo de Tyler, isso é muito na cara, entretanto o que Audrey não esperava era que o garoto mais nerd da escola, o "nerd dos nerds" chamasse ela para ir ao baile. Será que ela aceitou? Bem, ela não disse nada, o silêncio diz muita coisa, mas a atitude de sua melhor amiga, falou bem mais e Noah Hartley o "nerd dos nerds" começa a odiar Audrey.
  Agora, vamos para a parte importante, se ele odeia ela e esta gosta de Tyler, como vão se apaixonar? O que Audrey não esperava, aconteceu, suas notas decaíram totalmente por causa do seu empenho com as lideres e torcidas e em fazer Tyler Sparks se apaixonar por ela. Porém, por que ela precisaria tanto estudar? Para ser a rainha do baile, Audrey precisa passar de ano se não passar, além de receber um belo castigo dos pais, ira perde muitos amigos e sua fama. Ou seja, S.O.S NERD. Ou ela estudava, ou ela se matava de estudar. Ter colado na prova de matemática a matéria mais difícil para a personagem, piorou sua situação e ela teve que pedi socorro a quem? NOAH HARTLEY,  o que não foi nada fácil. Como eu disse, por causa de um "acidente" que Aimée causou para salvar sua amiga, Noah odiava Audrey.
  Portanto, se você gosta de um romance clássico, clichê e engraçado, esse é o livro certo. No começo não gostei muito de alguns clichês, mas outros me surpreenderam, a narrativa é ótima, tanto que terminei metade do livro em uma tarde. Me emocionei com o desenrolar da história, mesmo já sabendo o final por causa do título "apaixonada pelo garoto nerd", achei fofo e divertido. Noah Hartley é o tipo de cara que ainda não encontrei em minha vida e gostaria de encontrar, sim, ele virou meu crush literário. O final não foi bem o que eu esperava, mas isso quebrou tudo e fez o livro sair de BOM para ÓTIMO, então, parabéns a escritora Mariana.
Gostaram da resenha? Deixem seus comentários depois que lerem o livro.
-Luana Alcântara

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Mulheres de A à Z - Livro

 Mais uma resenha do blog
  Primeiramente o livro quebrou todas as minhas expectativas, pois ao ler o título percebi que seriam crônicas, mas não imaginei que seriam tão fortes e impactantes, melhor dizendo, ousadas.
  Mulheres de A à Z é um livro de crônicas, como já disse anteriormente, e cada crônica é sobre uma mulher diferente, entretanto, não pense que só fala da beleza de Ana, Bárbara, Carla e entre outras do alfabeto como eu havia pensado. Ademais, as personalidades não se repetem e nem as características, cada uma tem algo único e o livro realmente segue a ordem alfabética, o que particularmente, gostei bastante, porque eu fiquei pensando qual séria o próximo nome antes de virar a página.
  O narrador é do gênero masculino e conversa com o leitor, agora se esse é o próprio escritor... Vocês terão que descobrir. Se for para escolher uma palavra que defina o livro, essa séria "peculiar". Algumas crônicas, a exemplo, a garota gordinha do escritório(esse não é o título da crônica) me encantou bastante, já a outra, a garota universitária da faculdade de medicina... Minha reação foi de surpresa e curiosidade, pois se o fato é realmente verdadeiro, foi muito bem detalhado, mas se algumas partes foram criadas, o autor estar de parabéns, bela imaginação. Mesmo sendo crônicas, a leitura não foi cansativa, por contrário, foi empolgante e a curiosidade fluía em minhas veias o tempo todo.
  Para quem estar buscando conhecer melhor as mulheres, bem... Não sei se recomendo o livro, certo que tem muitas mulheres como as da crônica, mas algumas delas, não concordei com a forma de abordagem do narrador personagem, então queridos rapazes leiam com moderação. Para o publico feminino, vocês vão criticar e gostar ao mesmo tempo, bem, comigo foi assim.

Obs: Pedro Irineu Neto é recifense e também é um de meus amigos escritores, sempre tiver curiosidade em ler esse livro, e finalmente estou satisfeita. Parabéns pelo trabalho, gostei do equilíbrio nas cenas mais forte e "peculiares", ansiosa pelos próximos livros.
-Luana Alcântara

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Memórias de Julho - Livro

Vamos começar o mês com uma resenha.
É uma estória que trouxe-me um sentimento de saudade da infância e confesso, me emocionei bastante. A escritora Jéssica Figueiredo é recifense e nós nos conhecemos na bienal de 2015, mas comecei a ter mais amizade com ela em 2016. Grande escritora, admiro muito seu trabalho e confesso, ao terminar a leitura, fui direto no chat dela.
  O livro começa com o personagem principal narrando a estória, Marcos com apenas Oito tem quatro amigos, Mariana(Mari), Lucas, Juan e Camila (Mila) e esses, tem uma cabana que em todo o mês de julho se encontram para curti as tão esperadas férias do ano. Os acontecimentos começam em 1992 e todos os cinco amigos brincam de várias coisas, aquelas velhas brincadeiras de criança, como: campeonato de bolinha de gude.
  Então, nessas férias de julho, eles acabam batendo uma foto e decidem guarda ela e escrever desejos, uma senhora estrega um pequeno baú a eles, as crianças utilizam o baú para guarda a foto e os desejos e enterram no terreno que estar a cabana. Então, todo o mês eles faziam a mesma coisa, olhavam a foto, colocavam a virada para o baú, escreviam os desejos, jogavam dentro e o enterravam. Porém, como sabemos, algumas amizades não duram para sempre, muitos deles encontraram dificuldades, Juan com seus pais, Lucas com sua saúde, Mariana com sua carreira de modelo e Mila(Camila, mas no livro Marcos chama-a sempre de Mila) teve que passar um tempo distante dos amigos, foi difícil essa aparte do livro, estava tudo tão divertido, ler sobre as brincadeiras, sobre a escola, os pensamentos de garotos de 8,9,10 anos e a mudança das meninas de 8,9, 10 anos... Senti muito déjà Vu lendo esse livro.
  Quando menos o leitor espera, na metade do livro... aquele climax. Então, vejo Marcos adulto, já formado e trabalhando, porém, onde estão os outros? Algo aconteceu no passado a amizade entre esse grupo... Foi separada. A frase que mais me marcou foi a da personagem Mila. Um dia, os amigos decidem ir na casa de Marcos, porque ele não estava triste, pois sofreu uma perda muito grande, então os amigos começam a brincar de pique esconde para animá-lo. Nessa brincadeira, Mila tenta conversar com Marcos e lhe diz algo que... Me tocou bastante " A vida não é justa Marcos", mais na frente, eu senti a dor das palavras dela e compreendi, realmente a vida não é justa.
   O livro é excelente e digno de uma Brasileira, eu confesso que há alguns erros na formatação, porém, gente, um escritor independe faz o seu melhor e Jéssica, colocou tudo nesse livro. Parabéns grande amiga e escritora, amei a leitura apesar de ter me feito chorar muito no capítulo 21 e não perdoou você de jeito nenhum, mas, compreendo seus motivos. Ainda sim, amei a leitura.
Gostou da resenha? Deixe seu comentário e segue os links.
Instagram: @JessiCarla  ou @Horadaleitura1 (que é o instagram do blog)
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-Luana Alcântara

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Olhos cor de Mel

Me apaixonei por seus
olhos cor de mel
tão absorvível e afável
como um carrossel.

Teus lábios, deliciei.
Girei meu rosto para te agradar
adquirir seu beijo para ter
teu olhar.

Aquela cor agradável
aquele jeito de conquistar
teu olhar congelável
conseguiu me dominar.

-Luana Alcântara

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Oníria - O Reino dos Sonhos

Primeira resenha Internacional do blog
Bem, ganhei esse livro em 2016 em um evento de um blog, eu paguei um mico imenso kkkk mas, ganhei o livro. Porém, só tive tempo de ler ele em dezembro de 2017 e estou fazendo a resenha agora. A escritora Bénédicte F. Parry é internacional e pelo que vi, esse é seu primeiro livro.
  No início da estória, fui apresentada ao pequeno e jovem Eliott, que aos 5 anos de idade tem dificuldades de dormi, pois sua mãe morreu enquanto dormia e isso o assusta, então sua avó Mamilou através de uma estratégia, ensina aos poucos ao neto como enfrentar os pesadelos. 
   Aos 12 anos de idade, Eliott ver seu pai doente preso numa cama de hospital, em coma. A única pessoa que ele gostava na casa era sua Avó, sua madrasta Christine e gêmeas suas irmãs, ele não gostava muito. Em uma das visitas ao Hospital, o médico informou a família que o Sr. Philippe(pai de Eliott) teria poucos meses de vida, todos ficaram muito triste e antes que a visita terminasse, Philippe disse algumas palavras e então Mamilou disse "eu tinha certeza" e todos se espantaram. Porém, a madrasta de Eliott tomou uma decisão que Mamilou não gostou,então, ela foi expulsa da casa. 
  Agora a história começa a ficar interessante, Mamilou dar uma ampulheta a Eliott e lhe explicar que Oníria o reino dos sonhos existe, e que seu Pai estar preso lá, como ele ficou preso no mundo dos sonhos? Mamilou ainda não sabia explicar, porém ela tem pouco tempo, ela só explica a Eliott que ele precisa dormi com a ampulheta e procurar o Mercador de areia e explicar a situação de seu pai. Porém sua primeira ida a Oníria lhe envolve em um grande perigo e o que deveria ser fácil acaba se tornando difícil. 
  O mundo dos sonhos deveria se um local bonito e agradável, e realmente ele é, porém, as pessoas que estão no comando, devido ao medo, acabam com essa tranquilidade. Eliott mesmo com as dificuldades não desistir de sua buscar e promete resgatar seu pai desse sono eterno. 
  Confesso que o livro me pretendeu e terminei de ler em 5 dias, gostei muito e gostei bastante desse mundo dos sonhos, muito bem explicado e com vários detalhes. 
Gostou da resenha? deixe seu comentário. Vocês podem encontrar o livro nas livrarias de suas cidades. 
-Luana Alcântara

Tsara - Ir até o fim do mundo e depois voltar

Tsara é o livro da escritora Michelle Paranhos, nascida no Rio de Janeiro. Conheci ela na 3° edição do FLAL, em 2016.
 No começou demorei um pouco para entender a estória, mas aos poucos fui fazendo os links das ideias. A personagem principal se chama Mariana e quando pequena ela acabou perdendo a mãe em um acidente e o médico que cuidou delas, adotou ela como sua filha e lhe deu um nome: Mariana Ramos. Ah, Mariana é descendente de ciganos, algo peculiar e exótico, pois nunca li um livro que envolvesse ciganos. Ela cresce e se torna uma grande empresaria na área de Turismo, sua empresa é uma das melhores do ramo, porém, em alguns momentos Mariana vai de corpo e alma para Tsara e esse foi um fato que me deixou bem confusa, porque no começou demorei para entender como eram essas idas para Tsara e o que era esse lugar.
  Tsara é o local onde os ciganos moram, ou pelo menos, uma parte deles. Explicar como Mariana vai parar lá, seria tirar o recheio do bolo, mas, quando ela volta para seu mundo, as coisas estão de cabeça para baixo, ou seja, uma confusão. Sua amiga de trabalho acaba "armando" algo ruim para ela e... Ela se encontra em sérios problemas, quem lhe ajuda é seu advogado. Mariana não quer se envolver com seu passado, mas ela não sabe controlar essas idas e voltas de Tsara, o que deixa o leitor maluco, bem, pelo menos eu fiquei.
  Há cenas do livro que achei peculiares, como as cenas de "amor", entre quem? Não posso dizer, mas vocês devem suspeitar, o modo como a escritora escreveu ficou equilibrado e... Leitores já acostumados conseguem ver a cena exatamente como estar acontecendo. Outra curiosidade que gostei no livro, foram as palavras ciganas, a escritora não só colocou as palavras como também explicou cada uma delas. Última curiosidade que gostei muito, foram das roupas e modo de vida dos ciganos, além de que o casamento cigano é diferente do que vejo atualmente e Mariana acaba tendo mais de um amor, o que deixa-a bem confusa. Gostei muito do livro e o final deixa um gostinho de "quero mais".
 Gostaram da resenha? Vou deixar alguns links aqui embaixo, não esqueça de comentar sua opinião.

Obs: Michelle é uma grande amiga e tenho uma admiração muito grande por ela, fico muito feliz de ter finalmente lido um de seus livros, quero ler outros e fazer mais resenhas sobre eles. Obrigada pelo livro Michelle, gostei muito e espero, que tenha gostado da resenha.

link da página do facebook: https://www.facebook.com/TsaraLivro/
facebook da escritora: https://www.facebook.com/michelle.paranhos.5

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

A determinação de Lorena

   Início de verão, a melhor estação, eu estava caminhando no parque da Jaqueira, em Recife. Nesse dia, acabei tropeçando no cadarço do tênis e cair em um pano colorido com vários livros desenhados e tinha duas belas pernas ao meu lado.
-Você está bem? Que queda horrível. -Nunca vi um anjo tão belo como aquele, ela se levantou e me estendeu a mão.
-Obrigado! Me empolguei tanto com a caminhada que não percebi que meu cadarço desamarrou. Prazer meu nome é Eric, vem muito aqui? -Ela sorriu e me convidou para sentar ao seu lado, ela estava lendo o livro O vestido de trinta rosas, da escritora Lívia Messias, que de acordo com ela, era um de seus livros favoritos. Conversamos a tarde toda, descobrir que se chama Lorena e está estudando na Universidade Federal de Pernambuco, cursando o curso de Letras Português.
   Depois desse dia, todos os domingos no encontrávamos no mesmo local para trocarmos uma prosa que durava a tarde inteira. Lorena era de longe a garota mais perfeita do mundo e de perto comprovei isso, claro ela tinha lá seus defeitos, um pouco estressada se tocasse em assuntos que ela não suportava ou se ofendesse algo que gostava, um pouco brava e... Às vezes, sem nem percebe, acaba colocando sua raiva em forma física, ou seja, em alguns momentos eu recebia alguns socos e beliscões, mas segundos depois ela me pedia desculpas e dizia que estava tentando controlar esse jeito de ser. Além desses defeitos, Lorena era azarada no amor, teve 4 namorados, e todos duraram apenas 8 meses. De acordo com o que ela disse "ninguém me aguenta mais do que 8 meses, deve ser alguma maldição, por isso parei de namorar", eu não tenho chance alguma.
   -Você não vai correr hoje? Estar deixando de correr para ficar conversando sobre livros comigo? Por favor, não faça isso.
   -Descobrir que leitura também faz com que a pessoa perca peso, então, só estou praticando um  exercício diferente. -Eu sempre tentava contar alguma piada, ela, gentilmente, sorria de leve para mim. Seu riso era suave e sempre escondia a boca com a mão, acho que tinha vergonha do aparelho.
  Depois de 3 meses de amizade, descobrir que Lorena além de amar a literatura, a língua portuguesa, os livros e a natureza, ela amava escrever, como descobrir isso? Ela escreveu um pequeno verso para mim, "Eric seu sorriso é meu pior castigo, pois quando você sorrir eu não consigo parar de rir e isso, me faz feliz". Pequenas palavras, mas grandes sentimentos. Porém, preciso falar de Lorena, das qualidades, do caráter e da determinação, e que mulher determinada.
   Lorena foi a mulher que sempre sonhei em ter, inteligente, habilidosa, carinhosa, simpática, divertida, ousada, boba, chorona, romântica, estressada, brava, durona, charmosa, atraente, um pouco que... violenta(ela ainda estar na terapia para controlar a raiva), boa cozinheira, organizada, dedicada(ela era dedicada em tudo que fazia, seja fora ou dentro de si), amiga, sempre disposta a ajudar os outros, seja com conselho ou um simples abraço... Tantas coisas e uma garota tão sonhadora. Ah Lorena, como eu queria ter-te em meus braços, saborear teus macios lábios e sentir o calor de tua silhueta, mas você teve que seguir seu sonho, fazer intercambio durante um ano em Portugal. Sim, essa era sua maior determinação.
  Nunca beijei Lorena, nunca abracei-a com prazer, nunca se quer a olhei de forma desejável, porque pra mim, Lorena sempre será uma garota triste por dentro e alegre por fora, pois, quanto mais Lorena tenta ser perfeita, quanto mais ela tentava conserta os próprios defeitos, mais ela me machucava. E sem ela saber, eu fui seu quinto namorado, porque, exatamente 8 meses, durou nossa amizade.

-Luana Alcântara